terça-feira, 27 de maio de 2008

pano branco

eu não agrado
como te agradam os panos
os panos que cobrem o cadáver
seu bem amado que fechou os olhos.

por três vezes oscilo
entre fechar e abrir
na quarta eu desabo
agarro a gota que desce a face.

tu segues em rumo
com as costas para o norte
eu não despojo palavras
cuspo olhares.

amor eterno
só com um dos amantes morto.

4 comentários:

Alana disse...

É triste, é verdadeiro, é lindo.

Carolzita disse...

Comentar o que aqui leio não é nada perto do que sinto ao ouvir dos lábios do próprio poeta.
Meu Vih!
Brilhante em tudo que faz!

Anônimo disse...

This has got to be the saddest day of my life: I did not get the sense of your little poem...
May here in UK we are dumb... may it's hard enough to mean anything for me... maybe it was this fucking Norah Jones' song I'm listening to right now... Who knows?

P.S.: Tá bunitinho.

Rogério Saraiva disse...

Obrigado pelo elogio e visita parceiro. A Yara sempre tem bom gosto, entao ja to gostando de vc.. rsrs

Vou dá uma sacada aqui!
Abração